Receita Federal revoga norma de fiscalização do Pix após onda de fake news

Segundo o Ministro da Fazenda, a revogação se deu pela ‘cobrança de preços diferentes’ entre pagamentos via Pix e dinheiro em espécie

Foto: Ilustração

Desde que a fiscalização sobre as transações realizadas via Pix foi anunciada pela Receita Federal no início deste mês, uma onda de desinformação tomou conta das redes sociais.

Meios de comunicação de todo o país tentaram esclarecer como iriam funcionar as novas normas de fiscalização, mas o esforço não surtiu efeito e as fakes news continuaram sendo dissiminadas o que levou milhares de brasileiros ao desespero.

Após toda essa repercussão negativa, nesta quarta-feira (15), o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que o órgão irá revogar a instrução normativa que ampliou as normas de fiscalização sobre as operações financeiras realizadas pelos contribuintes.

Além das fake news, golpistas aproveitaram o momento para tentar tirar dinheiro de quem faz o uso do Pix. O governo federal já anunciou que pretende acionar a justiça contra esses criminosos.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além da revogação da norma, o governo vai assinar uma Medida Provisória (MP) para assegurar que as transferências via PIX não podem ser tributadas.

“O ato que ele [Barreirinhas] acaba de anunciar é para dar força a uma MP que o presidente vai assinar. MP que reforça tanto os princípios da não oneração do PIX, quanto de todas as cláusulas de sigilo bancário do PIX. Que foram objeto de exploração dessas pessoas que estão cometendo crime”, afirmou o ministro à imprensa, após reunião no Palácio do Planalto.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad – Foto: Divulgação

De acordo com Haddad, volta a valer o que estava em vigor nos últimos 20 anos, antes da instrução normativa.

“Instrução está sendo revogada porque ela não pode ser usada de pretexto para desvirtuar a tramitação da MP. Não queremos que a oposição continue distorcendo essa medida”, seguiu.

O que foi revogado?

Com a virada do ano, a Receita Federal começou a contar com novos instrumentos de fiscalização sobre as transações financeiras realizadas pelos contribuintes.

A partir de janeiro, o órgão passou a receber também dados das operadoras de cartão de crédito (carteiras digitais) e das chamadas “instituições de pagamento” — que ofertam o serviço das “maquininhas”, por exemplo.

As instituições de pagamento (IP) são empresas que viabilizam compra, venda e movimentação de recursos, mas não oferecem empréstimos e financiamentos a seus clientes. Varejistas de grande porte, bancos virtuais, carteiras digitais são alguns exemplos.

Os dados só passariam a ser enviados quando o montante total movimentado, por cada tipo de operação financeira (PIX, pagamento ou investimento, por exemplo), fosse:

  • superior a R$ 5 mil, para pessoas físicas;
  • superior a R$ 15 mil, para empresas.

Até o fim de 2024, a Receita já recebia esse tipo de informação dos bancos tradicionais, públicos e privados, em operações como PIX, aplicações financeiras, seguros, planos de previdência e investimentos em ações.

A ampliação da fiscalização foi anunciada em setembro do ano passado e entrou em vigor esta semana. Mas, assim que a medida entrou em vigor, o assunto motivou o aparecimento de informações falsas.

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