Artistas amazonenses se revoltam após possível nomeação de Caio André para SEC-AM

Derrotado nas eleições de 2024, Caio André não conseguiu se reeleger como vereador, mesmo presidindo a Câmara durante o pleito

Foto: Divulgação/ CMM

A possível nomeação de Caio André (União), ex-vereador e presidente da Câmara Municipal de Manaus, para a Secretaria de Cultura do Amazonas gerou grande burburinho entre os artistas amazonenses. A categoria discorda da escolha e alega que Caio não possui a experiência necessária para ocupar o cargo. Caio André não conseguiu se reeleger para a CMM e há casos polêmicos de falta de transparência e aplicação indevida de recursos com emendas de sua autoria na sua gestão.

A informação de sua possível indicação à pasta cultural surgiu no fim de semana, com bastidores apontando que ele assumiria o cargo antes ocupado por Marcos Apolo, que deixou o posto após escândalos relacionados à interferência nas eleições municipais de Parintins. Desde então, a pasta vem sendo comandada por Cândido Jeremias Cumarú Neto.

Artistas de diversas áreas, como música, teatro, dança e artes visuais, têm se manifestado nas redes sociais criticando a possível indicação do ex-vereador para o cargo, em que pedem para o goverador Wilson Lima repensar a decisão de acomodar o aliado político. Eles argumentam que a cultura é um setor fundamental para o desenvolvimento social e econômico do Estado e que exige um gestor com conhecimento técnico profundo da área e capacidade de articulação com a classe artística.

A atriz Norma Araújo usou sua rede social  Isntagram para convocar a classe artística para uma reunião com o governador. Na publicação, ela sugere que o Wilson Lima chame gestores antigos para ocupar o cargo. Ela menciona Marcos Apolo Muniz que foi exonerado do cargo de titular da SEC-AM em outubro de 2024 e Robério Braga que foi presidente da secretária em mandatos de 1997 a2017. A falta de experiência de Caio André no setor cultural é um dos principais pontos de contestação.

Durante sua gestão como presidente da CMM e vereador, Caio não demonstrou um envolvimento significativo com a área, o que levanta dúvidas sobre sua capacidade de implementar políticas públicas eficazes para a cultura. Além de ter sofrido acusações de irregularidades que vão desde falta de transparência, funcionária fantasmas e licitações com suspeita de favorecimento.

Polêmicas com  Caio André

Em 2023, a gestão de Caio André foi criticada por falta de transparência nos gastos públicos e teve uma classificação ‘inexistente’ no ranking do Radar de Transparência Pública. Durante o mesmo período, a CMM passou a dificultar o acesso a informações essenciais sobre seus gastos e atividades o que resultou na ausência de dados no ranking.

Caio André também foi alvo de acusações de contratação de funcionários fantasmas. A ex-primeira-dama do município de Autazes, Divie da Silva Pinheiro, foi uma das apontadas como integrante da lista de ‘funcionários fantasmas’ da CMM.

O gestor também viu um processo licitatório para manutenção de condicionadores de ar da Casa Legislativa ser suspenso pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), em dezembro de 2023. As irregularidades apontavam um suposto favorecimento para a empresa vencedora.

Em julho de 2023, Caio foi envolvido em uma polêmica após descoberta da destinação de uma emenda parlamentar no valor de R$ 563 mil para o Instituto Tecnológico, Mineração, Preservação Ecológica, Social Cultural e Desportivo (IMPESDAM). O instituto, que deveria estar localizado na avenida São Jorge, nº 602, bairro São Jorge, zona oeste de Manaus, não existe no endereço informado. No local, funciona há quatro anos uma assistência técnica de celulares. A informação é do site Radar Amazônico.

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