Apesar de impactar diretamente mais de dois milhões de pessoas, a decisão foi tomada sem ampla divulgação pública
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Os moradores de Manaus foram surpreendidos neste mês de fevereiro com o aumento significativo nas contas de água. A tarifa sofreu reajuste de 12,7%, autorizado pela Prefeitura de Manaus, tornando-se o segundo maior aumento em seis anos.
Apesar de impactar diretamente mais de dois milhões de pessoas, a decisão foi tomada sem ampla divulgação pública. O aumento já está sendo aplicado nas faturas, e muitos consumidores só perceberam o reajuste ao receberem as cobranças.
Falta de transparência
O site da Águas de Manaus menciona o reajuste tarifário, previsto para janeiro, mas os valores exatos de cada faixa de consumo aparecem distorcidos, dificultando a compreensão do impacto real para os consumidores.
A Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados de Manaus (Ageman), responsável por fiscalizar e autorizar o reajuste, foi questionada sobre a decisão, mas não respondeu até o fechamento desta matéria. No site da Ageman, a última atualização de documentos na aba de transparência data de 2021, reforçando a falta de informações acessíveis à população.
A Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) e o próprio prefeito David Almeida (Avante) também foram questionados sobre a autorização do aumento, mas não houve qualquer resposta oficial.
O que diz a Águas de Manaus sobre o aumento
Em nota, a concessionária Águas de Manaus afirmou que o reajuste está previsto no contrato de concessão e que a medida visa garantir investimentos na melhoria do abastecimento e saneamento básico da cidade.
A empresa também destacou a expansão do saneamento na cidade e a existência de tarifas sociais como a Tarifa Manauara e a Tarifa 10, que oferecem descontos para famílias em situação de vulnerabilidade social.
O impacto no bolso do consumidor
Embora a concessionária defenda que “o litro de água tratada custa apenas R$ 0,0006”, na prática, o aumento já pesa no orçamento dos consumidores. Para famílias de baixa renda, qualquer reajuste representa um desafio a mais para manter as contas em dia.
Com a falta de transparência sobre a decisão e a ausência de esclarecimentos por parte da Prefeitura, o aumento se torna mais polêmico e levanta questionamentos sobre a governança dos serviços públicos essenciais em Manaus.