A publicação, com a frase “3 conexões + 6 horas de voo = indo ali ver uns índios”, foi apagada pouco tempo depois, mas o print da tela já circulava na internet
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) abriu inquérito civil para investigar uma publicação considerada racista atribuída à equipe do cantor Netto Brito. O post, divulgado no perfil oficial da equipe e repostado pelo artista no Instagram nesta quarta-feira (29), usou a expressão “Indo ver uns índios” ao se referir à população de Benjamin Constant. O perfil do cantor tem mais de 500 mil seguidores, o que ampliou a repercussão do caso.
Diante da denúncia, a promotoria solicitou à Prefeitura de Benjamin Constant uma cópia do contrato do show de Netto Brito, realizado na madrugada desta quinta-feira (30), e informações sobre eventuais penalidades aplicáveis. O promotor de Justiça Alison Almeida Santos Buchacher destacou a gravidade do caso e afirmou que o MP busca uma resposta rigorosa, mesmo que a competência criminal sobre o fato ainda precise ser definida.
O episódio pode configurar crime de racismo, conforme o artigo 20 da Lei nº 7.716/1989, além de possível indenização por dano moral coletivo. Caso seja caracterizada injúria racial, tanto o cantor quanto sua equipe poderão responder nas esferas cível e criminal. O MP ressaltou que o caso fere não apenas a população local, mas todo o estado do Amazonas.
Antes da apresentação, Netto Brito e sua equipe publicaram um pedido de desculpas no Instagram, negando qualquer intenção preconceituosa e reforçando o respeito à cultura e ao povo amazonense. Mesmo com o pronunciamento, a investigação seguirá para determinar eventuais responsabilidades.