Sócio de empresa que presta serviços de saúde para o Governo já esteve envolvido em escândalo político

Júlio Cezar Queiroz defendeu condenado na Operação Maus Caminhos

Foto: Júlio Cezar (Reprodução)

O empresário e médico, Júlio Cezar, popularmente conhecido como “Júlio Boi”, é um dos sócios da empresa Queiroz Serviços e Gestão em Saúde Ltda., sob CNPJ 02.216.892/0001-98, criada em 1997, empresa esta que mantém contratos milionários com o Governo do Amazonas que somam mais de R$14 milhões de reais, prestando serviços de saúde para o Estado.

Lembrando que o empresário em questão foi uma das testemunhas de defesa no processo da Operação Maus Caminhos, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em setembro de 2016. A operação investigava o desvio de mais de R$100 milhões da saúde do Amazonas e resultou na cassação do ex-governador do Amazonas, José Melo.

Na época, Júlio Cezar era presidente do Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas (ICEA) e a empresa em que ele é sócio também prestava serviços para prefeitura de Manaus, mas acabou perdendo contrato devido envolvimento no escândalo.

Maus Caminhos

A Operação Maus Caminhos foi deflagrada pela Polícia Federal em setembro de 2016, para desarticular uma organização que desviava dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS), no Amazonas.

De acordo com a investigação, a organização desviada recurso público do Fundo Estadual de Saúde e faziam o pagamento de propina para agentes políticos e servidores públicos em troca de facilidades dentro da Administração Pública Estadual.

Aproximadamente R$112 milhões foram desviados pela organização e utilizados para aquisição de bens como avião a jato e shows particulares de bandas famosas.

Onde entra Júlio Cezar?

Na época da Operação Maus Caminhos, o empresário e médico Mouhamad Mustafa, apontado como o líder da organização criminosa listou suas testemunhas de defesas.

Para testemunhar em sua defesa, Mouhamad convocou: o ex-secretário de Administração do Governo (Sead) Evandro Melo; os ex-secretários de Saúde (Susam), Wilson Alecrim, que comandou a pasta por cinco anos, e Pedro Elias, que permaneceu à frente da secretaria por um ano e meio; e o ex-chefe da Casa Civil, Raul Zaidan.

Ele convocou também na época o presidente da Comissão Geral de Licitação do Governo do Estado (CGL), Epitácio de Alencar e Silva Neto, e o ex-presidente do Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas (ICEA), Julio Cezar Furtado de Queiroz.

Foto: Mouhamad Moustafa (Reprodução)

Doador na campanha de Amom Mandel

O empresário também foi o maior doador da campanha de Amom Mandel (Cidadania) à Prefeitura de Manaus no ano de 2024, segundo informações disponibilizadas no Divulgacand do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Julio Cezar, realizou uma doação no valor de R$ 137.000,00 (centro e trinta e sete mil reais), para financiar a campanha de Amom. A doação dele, corresponde a 39.04% dos valores de doação, seguido pelo próprio deputado federal Amom Mandel que doou R$ 100.000,00 (cem mil reais) seguido do advogado Darden Klinger Colares Liborio que doou R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Todas as doações foram realizadas por Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).

Foto: Divulgacand TSE

‘Hipocrisia’

Na ocasião, Amom alegou em redes sociais, que o recurso do financiamento público de campanha poderia ser investido na saúde ou educação. Porém, mesmo sem usar dinheiro público, no ranking dos candidatos que mais arrecadaram recursos, Amom Mandel foi o quarto colocado, com R$ 535,8 mil, entre os sete candidatos que disputaram à Prefeitura de Manaus. A origem da maioria dos recursos foi o fundo eleitoral.

Questionado durante lançamento da candidatura em agosto de 2024, Amom explicou que prestaria conta de todas as doações feitas à campanha. Em 2015, o STF justificou a proibição do financiamento privado argumentando que tais doações desequilibraram a disputa eleitoral. No ano seguinte, o Congresso Nacional criou o fundão que, neste ano, é de R$ 4,9 bilhões.

Foto: Saulo Menão/Cidadania

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